segunda-feira, 10 de março de 2008

Valeu Patrono



Posto aqui a crônica do nosso grande Patrono Orlando Fonseca, que fez homenageando a nós a 33a turma de
Comunicação Social da UFSM. Ela saiu na edição do dia 4 de março do Diário de Santa Maria.

Distinção honrosa
Orlando Fonseca
O viver com dignidade e ética é uma constante construção em torno do nome. Primeiro aprendemos, pela distinção sonora, que estamos entre todos e podemos ser um. Com o tempo, aprendemos que "distinção" pode significar mais do que a singularidade, e é preciso fazer com que o nome nos eleve, portanto é preciso "fazer o nome", para que figure numa lista de classificação, no anúncio de uma seleção, na capa de um livro, na placa de um empreendimento etc. Não podemos é ficar com o nome sujo na praça, e se possível, devemos deixar o nosso nome para a posteridade.

Confesso que, apenas com o tempo é que aprendi a gostar de meu nome, cuja sonoridade me parecia um tanto estranha, com a necessidade de uma pronúncia exótica. Pela forma escrita comecei a perceber que a seqüência de 14 fonemas tinha um ritmo interessante, marcado pelas palavras paroxítonas. Bem, não gostei muito, a princípio, de ser um verbo no gerúndio, mas aprendi também que é melhor do que ser particípio do passado. Ou seja, eu vou sendo o que sou, "em progresso", ainda estou em formação.

Tudo isso para me gabar, aqui, pela indicação do meu nome como Patrono da 33ª Turma de Comunicação Social da UFSM, honraria que só tem a acrescentar na minha vida acadêmica. Espero que tenha o mesmo significado para aqueles formandos que serão identificados, daqui para sempre, com o meu nome. Por coincidência, neste 2008, é dupla a minha alegria e honra, pois o meu filho, Orlando Fonseca Jr., que tem o peso do meu nome sobre suas costas, também acaba de se formar em Desenho Industrial em nossa universidade. Digo peso, pois terá de fazer valer o seu Jr. a fim de construir a sua própria identidade, embora, juntos, estejamos fazendo o possível para que esse nome não se torne indigno para nenhum de nós.

Com esta mesma afetividade paterna, desejo que os formandos de Comunicação Social façam pelo seu nome o melhor de suas vidas. E um conselho me arrisco a dar, ou melhor, dois: muito cedo aprendi que "vim ao mundo a trabalho, não a passeio". Ainda que tenha me divertido com o que faço, entendo que o fruto do meu trabalho é sagrado, e me torna um ser humano melhor, para fazer o melhor pelos meus semelhantes. Também não procuro "fazer sucesso, mas fazer bem feito". Não procuro alcançar prêmios ou honrarias, esses devem ser conseqüência de uma dedicação sempre maior ao que faço. Com isso, manifesto a minha expectativa de ver, no futuro, o nome de cada um de vocês que compõem a 33ª Turma de Comunicação Social ligado a realizações que o dignifiquem e o distingam como a honraria que me fazem agora.

Nenhum comentário: